Mais do More, Maringá!

Luz, câmera, ação!

Em cartaz: Morimassa Miyazato, o More – como gosta de ser chamado nosso protagonista –, que é também denominado de "o homem-cinema" e o "cinéfilo maringaense definitivo¹", ou o "mítico colecionador" que se tornou "a memória ambulante do cinema". Morimassa – que para nossa sorte faz parte da história cultural de Maringá – ao longo de sua vida construiu uma "história que daria um filme": "um filme chamado More", cujo papel só pode ser a do "incansável cavaleiro da memória cinematográfica²".
As expressões aspeadas acima e ao longo do texto – e que tentam descrever este amante do cinema – foram, não à toa, ditas e escritas por jornalistas, críticos e autores diversos ao longo das décadas. Claro: More – cinemaníaco inveterado que é – desde sua infância pode ser encontrado preferencialmente em frente a uma tela assistindo 200, 300 e até 600 filmes por ano, ou colecionando dezenas de milhares de itens relacionados à sua paixão, fazendo-no uma verdadeira enciclopédia / videoteca ambulante da sétima arte e uma sumidade na área. Enfim, "o cinema está em seu DNA", como ele mesmo diz, resignado.
More é assim: um superlativo em muitos cenários. A expressão “eu vivo a minha vida em 24 quadros por segundo, respiro cinema por todos os poros, é o meu oxigênio por excelência" é uma de suas máximas, e quem passa a conhecer sua história (ou bate um papo com ele) logo percebe que esta é a mais pura e cristalina verdade. Afinal, ele ganhou notoriedade no meio cinematográfico com – entre outros exageros digno de um raro amante das coisas dessa arte – uma coleção de 15 mil cartazes e folhetos de cinema!

Reportagem do "Jornal do Brasil" - 1987
Resumo de uma vida em longa-metragem: More nasceu no ano de 1945 em Cravinhos, interior de São Paulo, e ainda menino descobriu-se cinéfilo. Projetou em sua cabeça uma infinidade de sons, imagens e sonhos cinematográficos e veio parar em Maringá na década de 70, passando a escrever nos jornais e revistas da cidade sobre cinema. Em 1975 tornou-se um inovador gerente de dois cines em Dracena (SP) e, consequentemente, teve acesso a milhares de cartazes de filmes que seriam descartados. Com "olhos de ver", enxergou riqueza onde só viam lixo e teve um insight, iniciando sua rica coleção. De posse deste material singular, em 1979 realizou a "1ª Mostra de Cinema de Maringá"; o Poder Público ficou só na promessa de ajudar e More, resiliente, tenaz, se endividou para bancar por contra própria o evento. Maringá falhou mas "More foi massa" e fez acontecer para, em seguida, ir embora da cidade. Trabalhou de 1980 a 1989 na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM/RJ) onde viveu, como gosta de frisar, "os melhores anos de sua vida" ao conviver com grandes nomes da cinematografia brasileira da época, viajar em exposições e obter mais itens de coleção, entre outras benesses advindas dessa imersão no universo cinematográfico. Um marco em sua vida ocorreu em 1987 ao alcançar projeção nacional quando expôs parte de sua coleção no "Rio Design Center" – apelidada romanticamente pela crítica especializada da época de "Cinema de Papel". Sempre em movimento, com a vida "iniciada no fim do meio", como também gosta de dizer, More ainda viveu 4 anos em Cuba e 10 anos no Japão para, finalmente, retornar de vez para Maringá em 2004, onde continua vivendo uma vida a muitos quadros por segundo. Afinal, "More parado é um desperdício cultural¹".

More e eu, 25 agosto 2019.
Eu tive o prazer de conhecer More pessoalmente no "Espetinho da Mauá" enquanto ele degustava porções diversas com uma gelada e baforava seu cachimbo de vez em quando. Consigo carregava uma pequena amostra de seu material de colecionador, 13 dvd's de filmes que acabara de comprar em um sebo para apreciar no fim de semana e uma miniatura de avião, já pensando em sua próxima mostra: uma exposição de filmes relacionados à aviação. Pensa em uma tarde agradável! Conversamos de tudo: trivialidades, História, caminhos da vida, projetos pessoais, Maringá... e, é claro, cinema. Ele gentilmente me presenteou com impressos diversos e muitas informações, e me entregou o tesouro que pedi: a(s) lista(s)!

Explico: eu soube da existência de uma lista contendo sua seleção dos "100 melhores filmes" em uma entrevista do cinéfilo à CBN/Mgá (09/08/2019), e achei que ela não podia ficar só para ele. Entrei em contato e o "cantei"; solícito, além da lista de filmes ele me passou uma lista das 100 canções selecionadas "by More". Melhor que uma lista de um expert, só duas! (Ainda mais autografadas.)
Os sucessos listados não tem uma ordem de preferência; contudo, pesquei em suas entrevistas os sete filmes preferidos do grande especialista de Maringá:
  1- Lawrence da Arábia (David Lean);
  2- Os Deuses Vencidos (Edward Dmytryk);
  3- La Violerera (Luis César Amadori);
  4- Dersu Uzala (Akira Kurosawa);
  5- "Qualquer um do John Ford";
  6- Interlúdio de Amor (Clinton Eastwood);
  7- Retratos da Vida (Claude Lelouch).

Em 2019 Morimassa Miyazato foi homenageado com o título do Mérito Comunitário e o Brasão do Município de Maringá por sua grande contribuição na área da cultura.

Para terminar, More tem mais uma máxima que repete sempre em suas entrevistas: "prezo pela educação, porque é por meio dela que se tem cultura".
Nada como um ser humano repleto de tesouros colecionados em uma vida plena, pois seus pensamentos se tornam universais.

Finalmente, vamos às listas!
1- A. Donizete, jornalista;
2- Associação dos Críticos de Cinema do Rio de Janeiro. 
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Os 100 filmes:






As 100 músicas:




Apreciemos sem moderação!

Valdecir Mgá
Outubro 2019

Comentários

  1. Abri neste momento e nem li mas... deve estar ótimo porq vi uma pessoa de coração e transparência q vc transpareceu em único entrevero q tivemos. Agora vou voltar p curtir...

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